sexta-feira, 10 de junho de 2016

Puerpério

Puerpério

O pós parto ou puerpério é o período de retorno da mulher à sua fisiologia normal. Prolonga-se até cerca da 6ª/8ª semana, observando-se modificações que incidem sobre:
  • Involução dos orgãos sexuais reprodutivos;
  • Inicio da lactação e amamentação;
  • Recuperação física e alterações psíquicas.
As principais alterações são:Involução uterina

No decorrer do puerpério, o útero retorna ao seu tamanho e posição inicial. Este retorno é gradual e facilitado por:
  • Trabalho de parto e parto sem complicações;
  • Expulsão completa dos produtos de concepção;
  • Aleitamento materno (a amamentação estimula a contracção uterina, contribuindo para que o útero regresse ao seu tamanho, mais rapidamente. Durante a amamentação podem ocorrer, contracções uterinas e serem dolorosas);
  • Levante precoce;
  • Exercícios de recuperação puerperal; 
  

Depressão

A tristeza dos primeiros dias pode ocorrer, é natural que a mulher se sinta debilitada, deprimida e emocionalmente instável. Pensa-se que poderá dever-se a alterações hormonais. Algumas mulheres desenvolvem uma depressão pós-parto, em qualquer altura no 1º ano pós-parto.

 Poderá surgir-lhe:


  • Vontade chorar e abatimento;
  • Irritabilidade;
  • Incapacidade de concentração e perda memória;
  • Perda noção do tempo;
  • Sensação incapacidade;
  • Medos em relação à sua saúde e à do bebé;
  • Vigília permanente, energia ou actividade doentia;
  • Desinteresse sexual;
  • Indiferença, ou mesmo negligência em relação ao bebé. 

  • Se sente algum destes sintomas, peça ajuda ao seu companheiro, fale com o seu médico de família. A depressão é uma doença como outra qualquer e necessita de ser tratada.

    Lóquios

    São as perdas vaginais constituídas por secreções uterinas e vaginais, sangue e revestimento uterino. As puérperas devem ter em atenção as características das percas que evoluem ao longo do puérperio:
    • a cor varia de vermelho vivo, para uma cor cada vez mais clara;
    • a quantidade vai reduzindo até ao desaparecimento, sensivelmente à 3º semana pós-parto;
    • qualquer cheiro anormal deverá ser comunicado ao médico.
    Períneo e episiotomia

    Nos cuidados perineais é importante:
    • Manter a área limpa e seca;
    • Eliminar o odor;
    • Promover a cicatrização e conforto;
    • Higiene cuidada e eficiente, o que evita possíveis infecções;
    • Se tiver edema, inchaço - aplique gelo envolto numa toalha cerca de 10 min, repetir várias vezes se necessário.
    Deverá:
    • Proceder à mudança do penso higiénico com frequência;
    • Não usar tampões;
    • Contrair o períneo quando tosse ou espirra para evitar repuxamentos;
    • Usar roupa de algodão, confortável;
    • Para reduzir a dor pode sentar-se em cima de uma almofada com buraco, ou no centro de duas almofadas. 
    Eliminação Vesical

    Os líquidos retidos durante a gravidez serão eliminados durante este período. É importante a ingestão de líquidos e esvaziar a bexiga regularmente de forma a prevenir infecções urinárias. Pode ocorrer perda involuntária de urina ao rir ou tossir, se tal acontecer faça os exercícios de ginástica Pós-parto, se mesmo assim o problema persistir fale com o seu médico na consulta de revisão de parto.

    Eliminação Intestinal

    Geralmente os intestinos voltam a funcionar ao 3º dia pós parto. É frequente a ocorrência de obstipação nas 2 ou 3 semanas após o parto, principalmente devido á falta de líquidos e à retracção da mulher por dor na zona perineal. Para evitá-lo deve ingerir líquidos, e fazer uma alimentação cuidada, rica em frutas, fibras e legumes.

    Actividade Sexual / Contracepção

    Para dar início à actividade sexual, é conveniente aguardar cerca de 3 a 4 semanas, afim de permitir a cicatrização da episiotomia, e evitar infecções vaginais.
    No entanto, é a puérpera, que deverá tomar a decisão quando recomeçar a sua actividade sexual, contudo o aspecto psicológico tem também grande influência; esta situação terá que ser partilhada em conjunto pelo casal, pois poderá manter-se uma relação de afectividade e amor sem dar logo inicio à actividade sexual.

    GINÁSTICA PÓS-PARTO

    Pode começar estes exercícios sob as recomendações do seu médico 15 dias após o parto, mas devem ser feitos moderadamente.


    Sente-se, com as pernas flectidas e ligeiramente afastadas e os braços dobrados à sua frente.


    Expire, inclinando levemente a pélvis para a frente. A pouco e pouco, dobre-se para trás até sentir os músculos do estômago firmes. Aguente essa posição o máximo de tempo que conseguir, respirando normalmente. Depois inspire e endireite-se.


    Deite-se de costas no chão, com os joelhos dobrados e os pés afastados. Repouse as mãos sobre as coxas. Expire e levante a cabeça e os ombros, esticando-se para a frente até tocar os joelhos com as mãos. Não se preocupe se, a princípio, não o conseguir fazer, é uma questão de prática. Inspire e descontraia-se.

    (Elaborado por: Enfermagem USF Eborae)

    Tipos de Parto

    Tipos de Parto


    PARTO NORMAL

    A expulsão do bebé ocorre somente com a pressão que as paredes do útero exercem sobre o mesmo. Normalmente, num parto normal, é realizada a episiotomia, que consiste num corte cirúrgico feito na região perineal para auxiliar a saída do bebé e evitar ruptura dos tecidos perineais. A sutura é feita imediatamente após o parto, cicatrizando em poucos dias. Na maior parte dos casos, é necessário dar alguma anestesia para diminuir as dores e garantir a segurança da mãe e do bebé.



    FÓRCEPS

    O que é?

    Trata-se de um dispositivo metálico semelhante às colheres utilizadas para servir uma salada que se aplica sobre as laterais da cabeça do feto e que permite, mediante suaves manobras de rotação e extracção, auxiliar a saída do bebé. Graças à sua forma curva, "abraça" a cabecinha do bebé, mas sem a comprimir demasiado.

    Quando se Emprega?

    A cabeça do bebé deve atravessar o canal de parto. Para vencer a resistência das partes flexíveis da pélvis cujo diâmetro é menor do que a cabecinha, é necessário que a mulher puxe, ou seja, que contraia o músculo uterino e a parede abdominal. No entanto, em determinadas ocasiões esta operação não é suficiente para vencer a resistência pélvica. Neste caso, existem duas maneiras principais para ajudar a extrair o feto. Uma delas é o fórceps e a ventosa, aplicados sobre a sua cabeça para facilitar a passagem através do canal de parto. A segunda é a cesariana, operação que permite retirar o bebé mediante uma incisão no abdómen materno. Em qualquer destes casos, converte-se num verdadeiro aliado que permite a extracção rápida do bebé, diminuindo os tempos e evitando assim que a sua saúde se veja comprometida. Emprega-se, isso sim, somente quando a mulher já conseguiu uma dilatação completa e a cabeça do bebé está bem encaixada dentro da pélvis, de maneira que seja possível distingui-la com um simples olhar.

    Quando se utiliza?

    O fórceps só se utiliza em determinadas situações:
    • Quando a colocação da cabeça do bebé na pélvis é inadequada;
    • Quando a mãe está exausta de tanto puxar e não consegue a expulsão do bebé. Quando, devido a um período expulsivo.
    Como se utiliza?

    A mulher permanece deitada na marquesa de partos, com as pernas nos estribos. Geralmente, pratica-se primeiro uma episiotomia e depois coloca-se o fórceps. Os dois ramos do fórceps "abraçam" a cabeça do bebé, protegendo-a da pressão que suportava no canal de parto. Mediante suaves manobras de rotação e tracção, o obstetra ajuda a extrair a cabecinha.



    CESARIANA

    Quando e porquê?

    Chama-se cesariana ao parto cirúrgico do bebé através de uma incisão no abdómen e no útero. Sem dúvida, a maioria das mães optaria por um parto vaginal, mas seguramente todas concordariam que ter um filho saudável é mais importante que a forma como acaba a gravidez. A cesariana conseguiu diminuir notavelmente a mortalidade das mães e dos bebés, antes ou durante o trabalho de parto, mas, para alcançar um maior grau de compromisso com a decisão, é aconselhável que a mulher saiba quais são os motivos que tornam necessário este procedimento.





    Como se realiza?

    A grávida é transferida para a sala de operações – ou para uma sala de partos que possa converter-se em sala de operações. Depois, coloca-se um catéter na bexiga para drenar a urina durante a cirurgia, e uma agulha numa veia do braço (geralmente na prega do antebraço), por onde passará o soro e outros fármacos que sejam necessários. Após a desinfecção da parede abdominal, realiza-se uma incisão por cima do velo púbico (incisão de Pfannestiel), ou em forma vertical, desde o umbigo até ao limite do velo púbico (incisão mediana infra-umbilical). A segunda incisão realiza-se no segmento do útero, logo acima do colo do útero. Depois, mediante uma pinça ou simplesmente com o dedo, rompe-se a bolsa e extrai-se o bebé. Nesse momento, a mamã poderá sentir o anestesista e o obstetra a empurrar o abdómen para facilitar a saída da cabecinha ou a pélvis em caso de apresentação pélvica. Depois extrai-se a placenta e sutura-se o útero e a incisão no abdómen. A intervenção demora aproximadamente 30 a 60 minutos. Se a saúde do bebé o permite, a mamã terá oportunidade de pegar-lhe e beijá-lo tal como se tivesse nascido de parto vaginal. Embora dependa da política de cada instituição, é frequente que o pai possa assistir pelo menos ao nascimento do seu filho. Depois, juntamente com o bebé e o neonatologista, poderá entrar na sala de recepção do recém-nascido.



    Indicações mais frequentes:

    • Prolapso do cordão umbilical (o cordão umbilical aparece na vagina);
    • Sangramento da placenta;
    • Anormalidades estruturais da pélvis (traumatismos anteriores);
    • Apresentações fetais não cefálicas;
    • Afectação da saúde materna (diabetes, infecções, cardiopatias, hipertensão arterial);
    • Distócia (um parto difícil, ou uma desproporção entre o tamanho do bebé e o tamanho da pélvis);
    • Alteração da frequência cardíaca fetal que façam suspeitar que a condição do bebé não é boa.

    (Elaborado por: Enfermagem USF Eborae)

    O Parto

    O Parto
    SINAIS DE PARTO

    São três os sinais indicadores de que o trabalho de parto se irá iniciar:
    • Perda do rolhão mucoso;
    • Contracções uterinas dolorosas e rítmicas;
    • Rotura das membranas (bolsa de água).

    Perda do rolhão mucoso:

    Protege o colo de útero evitando infecções no bebé. O rolhão mucoso é parecido com um corrimento gelatinoso, rosado escuro ou raiado de sangue vivo. Só é libertado quando o colo de útero começa a dilatar, indicando que o tempo de gravidez está a terminar.

    Contracções uterinas dolorosas e rítmicas:

    No início são dores semelhantes às provocadas pela menstruação que posteriormente vão aumentando de intensidade e duração. O abdómen na contracção fica duro e quando esta passa volta ao normal.

    Ruptura de membranas:

    O saco cheio de líquidos onde o bebé se encontra protegido durante a gravidez rompe-se. Pode sair numa golfada ou pouco a pouco, conforme o tamanho da ruptura. De qualquer modo é uma situação para recorrer à urgência num prazo máximo de 1.30 h.


    FASES DO PARTO

    1 - Dilatação Cervival

    Esta etapa costuma ser a mais longa e pode durar aproxidamente de 8h a 20 horas se for a primeira gravidez, ou de 5 a 14 horas, se já tiver tido outros filhos. O período inicial ou período lactente começa com o início das contracções regulares e o colo está aproximadamente com 3 centímetros. As contracções duram cerca de 30 segundos e podem acontecer a cada 10 a 20 minutos desde que acaba até o início da próxima, e o útero relaxa entre cada contracção.

    O trabalho de parto activo começa quando o colo já está dilatado 3cm e termina quando a dilatação atinge os 10 cm. O colo está amolecido por completo ou quase por completo. As contracções são mais fortes e podem durar mais tempo (30 a 60 segundos) e acontecem aproximadamente a cada três minutos.

    A bolsa de água pode-se romper a qualquer momento durante o trabalho de parto. A água sairá como um jacto, ou também poderá sair em pequenas quantidades através da vagina. Exames vaginais também podem ser feitos durante o parto para determinar se o colo diminuiu de comprimento ou dilatou. Em qualquer momento durante o trabalho de parto é provável que sinta frio ou calor extremos, irritabilidade, tremores no braço, vómitos e diarreia.

    Ao terminar o período activo do trabalho de parto, existe um outro conhecido como período de transição, em que o colo dilata dos 7-8 cm para os 10 cm. É possível que você se sinta quase fora de controlo, como se estivesse numa nuvem de sensações intensas. Agora é ainda mais importante relaxar. Ficar tensa e lutar com cada contracção só atrasará o parto e adeixá-la-à bastante cansada. Entretanto pode ser que sinta um impulso para fazer força de forma incontrolável. Se sentir esse impulso avise o médico ou enfermeira.


    2 - Período Expulsivo

    Esta etapa do parto começa quando o colo está dilatado os 10 cm e termina com a saída do bebé. Se este é o seu primeiro bebé esta fase pode durar de 1 a 2 horas. Se já teve outros partos esta etapa pode durar de 15 a 60 minutos. O período expulsivo é a parte mais cansativa e exigente do parto, mas é também um tempo excitante com muitos elogios e incentivo pelo seu esforço. Será aconselhada a fazer força a cada contracção para poder mover o bebé para baixo e para fora do canal de parto (vagina). A episiotomia às vezes é necessária. É uma incisão (corte) feita no períneo (região entre a vagina e o recto). A episiotomia aumenta a abertura vaginal para facilitar a saída do bebé, mas nem sempre é necessária, sendo uma opção no momento do parto.


    Quando a cabeça do bebé começa a sair, o seu médico ou enfermeiro poderá pedir-lhe para parar de fazer força, nesse momento. Poderá ser necessário aspirar o excesso de líquido amniótico nas narinas e boca do bebé. Este é um momento muito excitante e intenso. Já sabe que o seu bebé está quase a nascer e sentirá vontade de fazer mais força para que o parto termine o mais rápido possível. Espere até que seja orientada sobre o melhor momento para fazer força e assim ajuda o seu útero no trabalho final. Muitos bebés começam a chorar sozinhos, logo que complete a saída total do seu corpo e nesse momento poderá vê-lo e segurá-lo.



    3 - Dequitadura

    A última etapa começa depois do parto e finaliza com a expulsão da placenta (Dequitadura) o que normalmente acontece dentro de 5 a 30 minutos. Continuará a ter contracções durante esta etapa e podem pedir-lhe que faça força para facilitar a expulsão. O médico ou a enfermeira examinará a placenta para garantir que foi expulsa completamente. Depois da expulsão da placenta a episiotomia será suturada (cosida).



    (Elaborado por: Enfermagem USF Eborae)